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domingo, 6 de dezembro de 2009

RESENHA TEMPOS MODERNOS

MODERNOS Tempos. Modern Times. Direção: Charles Chaplin; Roteiro: Charles Chaplin. Elenco principal: Charles Chaplin, Paulete Goddart e outros. DVD, 87 min., EUA: Continental, 1936. (P&B, áudio).

Modern Times (Tempos Modernos em português) é um filme do cineastra britânico Charles Chaplin, lançado no ano de 1936 em que o seu famoso personagem “O Vagabundo” tenta sobreviver em meio ao mundo moderno industrializado. Trata-se de um filme quase mudo e em preto e branco, que foca a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, logo após a crise de 29, quando a depressão atingiu a maioria da sociedade norte-americana, levando grande parte da população ao desemprego e à fome. O talento de Chaplin não se limitava à interpretação do personagem Carlitos, mas se estendia à escrita dos roteiros, à direção dos filmes, além da produção musical.

Assistir um filme de Charles Chaplin uma atividade bastante prazerosa, tendo em vista que resgatar a expressividade do cinema mudo e do inesquecível Carlitos nos conduz a uma visão de cinema bem diferente dos tempos de hoje: um cinema que não utiliza muitos os recursos cinematográficos, mas que é extremamente rico em performances teatrais.
Em Tempos modernos, Chaplin, com suas calças grandes, seus sapatos enormes, paletó apertado, chapéu pequeno e uma bengala, incorpora o dia-a-dia de Carlitos, um operário de uma grande indústria.
A primeira parte do filme retrata a opressão vivenciada pelos operários da fábrica que são explorados e empurrados a produzirem mais rápido e cada vez mais. As cenas filmadas na fábrica mostram o processo de produção sem revelar o que é produzido.
Tempos Modernos, é uma crítica aberta à sociedade industrial que se caracteriza por um tipo de produção que toma como base a linha de montagem fordista. É possível visualizar aspectos da ficção científica, especificamente nas cenas do presidente da fábrica controlando toda a indústria através de um telão. Com essa tecnologia, muito avançada para a época, o dono da fábrica vê tudo o que se passa em cada espaço da fábrica e quando percebe que a produção não está no ritmo desejado por ele, ele exige que os empregados acelerem sua produção.
Uma das tentativas do dono da fábrica, era recuperar o tempo perdido com a pausa para alimentação, então resolve contratar uma empresa que fabrica máquinas para alimentação para fazer um teste em seu funcionário, a cena mostra Carlitos quase que destruído pela máquina. Essa cena pode ser compreendida como um símbolo da relação entre o operário e o sistema industrial-capitalista. Outras imagens no filme, também expõem essa idéia, tais como as cenas em que Carlitos e um outro operário são literalmente engolidos pela máquina.
Esse sistema industrial é tão opressivo que leva Carlitos a um comportamento repetitivo. As cenas em que Carlitos aparece perseguindo a secretária do presidente da fábrica e andando como se estivesse apertando ainda os parafusos, mostra o quanto os homens se mecanizam nesse processo da produção industrial. Como a função do personagem é apertar parafusos, todas as imagens que lembram esse objeto, trazem em sua mente a sua atividade de trabalho. Os trabalhadores nem sabem o que estão fazendo naquela linha de montagem fabrica, não sabem sequer o que estão montando. Sua função é apenas apertar parafusos. Ou seja: não há qualquer sentido, qualquer prazer naquele trabalho. Ele então tem um colapso nervoso por trabalhar de forma quase escrava. Após esse colapso, ele é levado para um hospital, e quando retorna para sua vida normal, ou seja, para o barulho da cidade, encontra a fábrica já fechada. Essa loucura temporária de Carlitos talvez possa representar uma forma de rejeição, ou pode representar uma espécie de saída para o dia-a-dia opressivo dos operários das indústrias.
O Vagabundo então, vai em busca de outro destino, mas acaba se envolvendo numa confusão: pois é tomado como o cabeça por trás da greve que esta a acontecer e acaba por ser preso.
Uma outra cena marcante é quando, Carlitos se junta a Paulete (uma órfã que foge do abrigo, onde suas outras duas irmão são internadas) e os dois vão enfrentar a pobreza e a fome juntos. Carlitos deixa bem claro em uma de suas falas no filme: “Teremos uma casa, nem que eu tenha que trabalhar por ela!”. Nesse caso, o trabalho é colocado como algo terrível, do qual sempre se deseja fugir . Eles mudam-se para uma velha casa abandonada, literalmente caindo aos pedaços. No entanto, a condição da nova moradia era lamentável, porém eles são felizes por tê-la.
Carlitos vai trabalhar de vigilante em uma fábrica como vigilante, ele leva sua companheira para passar a noite com ele na fábrica e lá os dois desfrutam os prazeres dos produtos de luxo. Acaba armando confusão por engano e é novamente mandado embora do emprego.
De operário a líder sindical, o que acontece com Carlitos é uma série de ações atrapalhadas que acabam por transformá-lo em herói ou em bandido. Paulete consegue trabalho como dançarina e emprega seu amigo como garçom. Também não dá certo, e os dois seguem, numa estrada, rumo a mais aventuras.
Além do aspecto temático, o filme Tempos modernos é belo não apenas porque critica o contexto histórico da sociedade industrial, Chaplin critica também o próprio modo de fazer cinema da época. A opção de fazer um cinema mudo na maior parte das cenas revela que a estética desse tipo de cinema ainda tinha espaço. As cenas em que o autor utiliza a voz, o faz de forma comediante. É o que podemos ver na cena em que Carlitos canta a música Nonsense. Enfim, é através do humor que Chaplin mostra o seu lado crítico. Nesse sentido, assistir Tempos modernos é conhecer o ponto de vista de Chaplin sobre os fatos sociais ao mesmo tempo em que entramos no universo da linguagem cinematográfica do cinema mudo.
Esse filme é indicado para alunos do Ensino Médio, graduados e para professores em diversas áreas, pois o filme relata a crise e os conflitos no mundo durante o período da crise de 29.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ótima resenha!! Valeu, ajudou muito!!!

Pastor Ideifle Junior disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pastor Ideifle Junior disse...

Perfeita!!!!!!!!!!!parabens!
hoje eu aprendi uma grande coisa com a tua resenha!

Vandicleia disse...

Foi muito bom saber que ajudei vocês!
Estou à disposição....